Imagem capa - Mulheres na luta por um SUS de qualidade. Parir com respeito é nosso direito! por Luciana Bello

Mulheres na luta por um SUS de qualidade. Parir com respeito é nosso direito!

Por todas nós!


No último dia 03 de dezembro, rolou um ato em defesa do SUS, realizado por mulheres. Mulheres ativistas pelos direitos das outras mulheres e em luta por partos respeitosos. Mães, doulas, profissionais da saúde, muitas. 


O chamado saiu alguns dias antes e no dia combinado, muitas de nós estavam lá. Todas se reuniram em frente à maternidade municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda (MMA) no centro do Rio de Janeiro,  que é  referência em partos humanizados na cidade e, especificamente, se encontra sucateada, sem materiais hospitalares, medicamentos, equipamentos e alimentação para os servidores que também estão com salários atrasados. 


Rever as fotos é revisitar aquele dia tão forte, e me deixa ainda impactada. Mulheres preparando cartazes com falas tão potentes. Crianças ajudando suas mães desde tão pequenininhas.




Todas formaram um grande círculo de força feminina e protestaram pelo direito constitucional das gestantes em poderem parir em ambientes seguros e denunciavam o descaso dos governantes com nosso Sistema Único de Saude.





Mas a luta não era apenas pela MMA, e sim por todo nosso sistema de saúde. Foi uma mistura de luta com luto, muitas foram às lágrimas.





A doula Roberta Calábria também falou sobre a importância de quem luta pela erradicação da violência obstétrica também atuar pra que haja material e condições dignas para os profissionais que trabalham dentro das maternidades possam atender a todos com qualidade e propôs um jogral de um texto escrito coletivamente pelas doulas, onde todas bradavam:



"As maternidades do SUS são referência para milhares de mulheres, em sua maioria negras, pobres e periféricas. Viemos a público denunciar o atraso no pagamento dos servidores, a falta de materiais, medicamentos e equipamentos. Gestantes e bebês gozam do direito constitucional de nascerem em ambinetes seguros, por isso exigimos um basta nessa situação e a regularização imediata dos salários e do repasse de verbas em prol dos direitos, do bem estar e da saúde mental das gestantes e servidores. Saúde não é mercadoria! Em defesa do SUS! Parir com respeito é nosso direito!




Ter a presença, das obstetras Ana Fialho e Bruna Ortiz, que atuam no MMA e são uma das maiores referências da humanização, foi muito significativo. Ambas estiveram de mãos dadas com todas nós.




A Ana falou sobre a importancia de estarmos juntas nessa batalha contra o descaso do poder público, que o atendimento não está sendo prestado da forma como deveria e não por falta de vontade de todos os servidores, mas por falta de condições mínmas de trabalho! E frisou que a nossa força, juntas, com certeza faria a diferença.


Outras profissinais muito importante também estavam conosco. Dentre elas Queina Lira, enfermeira que faz parte da MMA desde sua inauguração e do projeto Cegonha Carioca, também colaborou falando que esse é o momento de unir forças, que os funcionários vão para o segundo mês sem pagamento e que em momento algum o programa Cegonha Carioca parou e e que continuam dentro dos acolhimentos de todas as maternidades do município do RJ trabalhando, com ambulâncias funcionando, precisando de combustível, insumos e estão lutando pelo que acreditam, um atendimento de qualidade para as mulheres e bebês.



Nicole Dias, é enfermeira da neonatologia da MMA e também falou sobre o compromisso com a profissão mas que também são seres humanos. Que o que estão podendo oferecer é boa vontade e o respeito. Que defender a mulher e o SUS é defender muita coisa além. Que espera que o despertar reverbe porque a força virá de nós. Os profissionais estão na linha de frente, na batalha, mas a força vem de todas. E que acreditam nesse trabalho. Falou ainda sobre a importancia das crianças ali presentes, que nós seremos os modelos para elas e começar dessa forma, infelizmente com algumas vidas pagando o preço, e que o que o governo faz é genocídio, mas que a mortalidade e a incapacidade de empatia deve acabar. Espera que no MMA onde nasceu tanta coisa bonita, continue dessa forma fazendo nascer novas crianças com saúde.



Eu fiz um post aqui no site com todas as fotos que tirei, e só vi dezenas e dezenas de mulheres incríveis, mães (ou futuras mães) de muitas crianças incríveis que farão o nosso futuro. Qual legado estamos deixando pra essas crianças? O que queremos que elas se tornem? Teve muito amor!










Juntas somos fortes!


Ninguém solta a mão de ninguém.


Beijos, 

Lu

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